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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Oração de agradecimento

Não sou pessoa muito fã da literatura de ‘auto-ajuda’, muito menos em se tratando daquela denominada ‘espiritual’.
Weird. Estava hoje a folhear as páginas de Cláudia do mês – tanta futilidade – quando me deparo com um tal de "Não adie o encontro com sua espiritualidade”. Estranhamente, aquilo me foi interessante! Colocou-me a ponderar sobre diferentes points of view; despertou em mim uma vontade imensa de AGRADECER!
Sim, agradecer! Agradecer um oposto, dessemelhante das orações que comumente profiro. Esse agradecimento vai para as falhas – nem tanto as minhas; as de outrem.
O primeiro ‘obrigada!’ ao Meu Deus, que me permitiu sofrer para que crescesse. Já ouviu alguém dizer que uma mente que cresce nunca mais retorna ao seu tamanho original? - ...or something like that. Whatever.‏ Foi isso.
Agradeço às pessoas – a uma persona non grata, em especial – pelos erros que cometeram, pelos grandes escorregões e suas consequentes quedas. Obrigada, de todo coração!
Tais tombos me fizeram reconhecer os buracos mais fundos – aprendi a não repisá-los, não repetir o erro de ferir tanto a mim mesma quanto àqueles que me querem tão bem; ajudaram-me a enxergar a imensidão do amor que nos é ofertado, principalmente pelos nossos pais, e dar-lhes o merecido valor! Também, que retribuir esse único e sublime tipo de amor não é só dizer ‘eu te amo’; ao contrário, é AGIR. Amar requer ação, exige abnegação, nunca o desprezo.
Em meio a tantas lágrimas, discerni que não se ama quem não deseja ser amado; o que há, mesmo, é devotar seu amor abnegado àqueles que dariam a vida por você, se preciso fosse.
Além disso, as pessoas se vão, sem despedidas... Quando já é tarde demais, o que resta é chorar arrependimentos por ter deixado briguinhas banais levarem, junto com o corpo, a possibilidade de ter passado mais tempo junto, de ter dito ‘eu te amo’ mais vezes ou abraçado tanto quanto deveria... Ah, se pudéssemos imaginar ‘o dia e a hora’ – do imprevisto – daqueles que tanto amamos!...
Agradeço ao Meu Deus, mesmo por isso. Aprendi a valorizar mais, demonstrar muito mais, escrever cartas, bilhetinhos, distribuir abraços e humildade, uma rosa vez em quando – why not? Sim, as pessoas se vão!... e o que persiste viva é uma saudade demasiado dolorida, chega a arder. Decidi que não quero sentir outra vez, nunca mais, a tal ardência embebida em arrependimentos por ‘não ter feito’ enquanto ainda havia vida...
O velho clichê de que o sofrimento humaniza as pessoas tem bastante verdade. Até com o sofrimento alheio é possível tirar sua própria lição.
É ao meu Grandioso Criador que devo o agradecimento maior por ainda ter a chance de amar aos outros seres a mim tão essenciais ‘mamãe e papai’; por poder tê-los aqui comigo, para ser minha fortaleza e porto seguro... Só enquanto eu respirar.

À persona non grata e à morte, só me resta dizer: em razão de vocês, termino meu 2009 cheia de gratidão.

Absoluta por tudo isso, descobri dentro de mim alguém melhor.
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